Xangô:
imagem:http://mariapadilhadasalmas.no.comunidades.net/historia-de-xango
Etimologicamente, Xangô
é uma palavra de origem iorubá, onde o sufixo
"Xa", significa "senhor"; "angô" (AG + NO =
"fogo oculto") e "Gô", pode ser traduzido para
"raio" ou "alma". Assim sendo, "Xangô"
significaria "senhor do fogo oculto"
O "Machado de
Xangô" ou Oxé, é o símbolo principal de Xangô. A arma é um machado de duas
lâminas, simboliza a equidade pois corta dos dois lados igualmente, princípio
básico da Justiça.
Xangô é sincretizado no
catolicismo com São Jerônimo e São Miguel Arcanjo. (Nota do autor:
também com São Pedro em cuja data se celebra também o dia de Xangô 29 de
Junho).
Dia
da Semana: Quarta-feira
Saudação: Kaô Kabiesilê
Saudação: Kaô Kabiesilê
Káwó Kábíẹ̀sí Ilẹ̀ ou Káwó Kábíẹ̀sílẹ̀ (pronúncia em português: Caô, Cabiécilé). No Brasil se costuma
traduzir como “boas vindas (saudações) ao rei da Terra”. Entretanto, segundo a
etimologia Yorùbá temos o seguinte:
– Káwó: expressão idiomática que
quer dizer, mais ou menos, contemplem-no, vejam-no, admirem-no, deem-lhe toda a
atenção do mundo. Possui o mesmo valor da expressão utilizada para saudar
outros Orixás, as quais já expliquei nas aulas em nosso Terreiro, como “Heepa”
para Ọya e Ọbàtálá;
– Kábíẹ̀sílẹ: para interpretar essa
palavra é necessário destrinchar as palavras e os metaplasmos que a compõe, para que se tente fazer a compreensão do significado:
1. Ká: ler, conhecer, saber, ter
ciência;
2. bí: nascer, gerar;
3. èsì: resposta;
4. nílẹ̀: na Terra.
Assim, pode-se traduzir “Kábíẹ̀sílẹ” como “aquele que sabe a resposta para todas as perguntas antes delas
existirem na face da Terra”. Isso
significa que Ṣàngó, como Ọba (Aláàfin – Rei) de Ọ̀yọ́, tem absoluta autoridade
sobre todos. Então, seguindo o que foi
traduzido temos que o significado pode ser: “admirem e contemplem aquele que
sabe a resposta para todas as perguntas antes mesmo delas existirem na face da
Terra”.
Fonte: https://cefeco.wordpress.com/2013/03/22/xango/
Cores:Vermelho e branco ou Marrom dependendo da região.
Símbolo: Oxé ( machado de duas laminas )
Oxé, presente de Orunmilá dado a
Xangô durante uma grande batalha; um machado de lâmina dupla, uma arma poderosa
e um teste para o então rei; que poderia ser usada tanto para vencer a batalha
de maneira justa, como também poderia ser usado para saciar a sede de vingança,
derramando o sangue dos soldados inimigos.
Fonte: http://abassabara.blogspot.com.br/2012/07/o-que-significa-o-oxe-de-xango.html
Xerê: O Xeré é um instrumento musical feito de cobre com a extremidade de forma esférica contendo sementes vegetais. É uma espécie de chocalho, tocado com exclusividade na Religião Tradicional Afro-brasileira para os ancestrais Aganju, Ayirá, Xangô e seus generais (kakanfó). Outrora, o aludido instrumento era uma “apala”, cabaça essa ainda usada nos templos tradicionais da Cultura Religiosa Africana.
A importância e o caráter sagrado do xeré são notados quando o mesmo é trazido do sacrário de Ayirá, do altar de Aganju ou do oratório de Xangô para o salão de culto ou para um determinado espaço público destinado às festas públicas. O xeré deve ser trazido envolto num “Aso-ìnura” (axó inurá) e sobre uma almofada ornada simbolicamente sempre com a maior reverência. Antes de ser usado, o xeré é tocado no solo por três vezes consecutivas pelo Bãlè Àyirá (Balé Ayirá) ou Mògbà Sàngó (Mobá Xangô).
Em alguns templos da Tradição Iorubá, em solo brasileiro, essa concessão também é cedida ao Òtun Oba, ao Òsi Oba e à Ìyá Sàngó, que o seguram sempre com a mão direita, não podendo ultrapassar a cabeça com o mesmo, sequer tocá-lo sobre a cabeça de qualquer pessoa.
Na ausência dos componentes da Egbé Àyirá ou Egbé Sàngó, esta função fica ao encargo do Aborè-nlá Àse ou Bàbáaláàse. Pode ser tocado ocasionalmente por outros descendentes do Axé que já tenham tomado posto à circunspeção do Sumo Sacerdote ou Sacerdotisa do Axé.
Fonte: https://templodosenhordoalvorecer.com/2012/09/06/sere-xere-apetrechos-de-aganju-ayira-e-sango/
Xerê |
Alimento
Principal: Amalá:
https://www.flickr.com/groups/1276170@N20/pool/zeiger |
Amalá Para Xangô:
Ingredientes da comida de Xangô:
- 500gr. de quiabo
- 01 rabada cortada em doze pedaços
- 01 cebola
- 01 vidro de azeite de dendê
- 250g. de fubá branco
Ingredientes da comida de Xangô:
- 500gr. de quiabo
- 01 rabada cortada em doze pedaços
- 01 cebola
- 01 vidro de azeite de dendê
- 250g. de fubá branco
Modo de preparar o Amalá de Xangô: Cozinhe a rabada com cebola e
dendê. Em uma panela separada faça um refogado de cebola dendê, separe 12
quiabos e corte o restante em rodelas bem tirinhas, junte a rabada cozida .Com
o fubá, faça uma polenta e com ela forre uma gamela, coloque o refogado e
enfeite com os 12 quiabos enfiando-os no amalá de cabeça para baixo.
- Oferendas: Amalá, cágado, carneiro,
e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi
(noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;
- Dança: Alujá, a roda de Xangô.
São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres
e seu poder e domínio como Orixá.
- Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia,
Carneiro e Leão.
http://www.centropaijoaodeangola.com/xang%C3%B4-senhor-da-justi%C3%A7a.php |
Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso
porque foi ele o primeiro deus iorubano, por assim dizer, que pisou em terras
brasileiras. É, portanto, o principal tronco dos candomblés do Brasil.
Xangô é o
rei das pedreiras, Senhor dos coriscos e do trovão, Pai de justiça e o Orixá da
política. Guerreiro, bravo e conquistador, Xangô também é conhecido como o
Orixá mais vaidoso, entre os deuses masculinos africanos. É monarca por
natureza e chamado pelo termo Oba, que significa rei. E é o Orixá que reina em
Oyó, na Nigéria, antiga capital política daquele país.
No dia a
dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos.
Encontramos Xangô nas lideranças de sindicatos, associações, movimentos
políticos, nos partidos políticos, nas campanhas políticas, enfim, em tudo que
gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo
geral.
Xangô é a
ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. Xangô é a rigidez, a
organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso cultural e
social, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer.
Xangô é a
capacidade de organizar e pôr em prática os projetos de diferentes áreas, é a
reunião de pessoas, para discutirem pontos e estratégias de trabalho. Xangô
também é o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito
nobre das pessoas, o chamado "sangue azul", o poder de liderança.
Ele está
presente nos trabalhos de jornalistas, escritores, advogados, juízes,
promotores, delegados, investigadores, deputados, senadores, vereadores,
sindicalistas, líderes comunitários, administradores, etc. É o líder, o
monarca, o reformador.
Xangô
também é representado pela pedreira. É a pedra – seja ela qual for – a rocha, o
fogo interior da terra. É a lava do vulcão e é o próprio vulcão. Está presente
em todos os lugares rochosos e arenosos e também muito ligado ao calor do sol.
É o justiceiro da Natureza, aquele que manda castigar e que também castiga.
Xangô
está presente em muitos momentos importantes de nossas vidas, como, por
exemplo: na assinatura de contratos e distratos, nos telegramas, nas leis e
decretos, na confecção de códigos, livros, almanaques, dicionários, nas
decisões judiciais, na voz da prisão, na autoridade do professor, do policial,
do juiz, do pai ou da mãe, tio, avô, irmão mais velho ou responsável. Xangô é a
atitude digna, a fortaleza, a decisão final.
Saudamos
Xangô no ribombar dos trovões, pois ali está sua voz. Sentimos sua presença nos
raios e nos grandes incêndios, situações que, por sinal, são também regidas por
Iansã.
Xangô
rege a bravura, o senso justo e todo elemento rochoso do mundo.
Filho de Bayani e marido de Iansã, Obá e Oxum, Xangô nasceu para reinar, para ser monarca e, como Ogum, para conquistar e solidificar, cada vez mais, sua condição de rei.
Uma das
lendas que mostra bem o senso de justiça de Xangô, é aquela conta a história de
uma conquista, feita pelo deus do trovão. Xangô, acompanhado de numeroso
exército, viu-se frente à frente com o exército inimigo. Seus opositores tinham
ordens de não fazer prisioneiros, destruir o inimigo, desde o mais simples
guerreiro até os ministros e o próprio Xangô. E, ao longo da guerra, foi
exatamente o que aconteceu. Aqueles que caíam prisioneiros dos exércitos
inimigos de Xangô eram executados sumariamente, sem dó ou piedade, sendo os
corpos mutilados devolvidos para que Xangô visse o suposto poder de seu
inimigo.
Batalhas
foram travadas nas matas, nas encostas dos morros, nos descampados. Xangô
perdeu muitos homens, sofreu grandes baixas, pois seus inimigos eram impiedosos
e bárbaros.
Do alto
da pedreira, Xangô meditava, elaborava planos para derrotar seu inimigo, quando
viu corpos de seus fiéis guerreiros serem jogados ao pé da montanha, mutilados,
com os olhos arrancados e alguns com a cabeça decepada.
Isto
provocou a ira de Xangô que, num movimento rápido e forte chocou seu machado
contra pedra, provocando faíscas tão fortes que pareciam coriscos. E quanto
mais forte batia mais os coriscos ganhavam força e atingiam seu inimigo.
Tantas
foram as vezes que Xangô bateu seu machado na rocha, tantos foram os inimigos
vencidos. Xangô triunfara, saíra vencedor. A força de seu machado de emudeceu e
acovardou inimigo.
Com os
inimigos aprisionados, os ministros de Xangô clamaram por justiça, pedindo a
destruição total dos opositores. Um deles lembrou Xangô:
- Vamos
liquidá-los a todos. Eles foram impiedosos com nossos guerreiros!
- Não! –
enfatizou Xangô – meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça! Os
guerreiros cumpriam ordens, foram fiéis aos seus superiores e não merecem ser destruídos.
Mas, os líderes sim, estes sofrerão a ira de Xangô.
E,
levantando seu machado em direção ao céu, Xangô gerou uma sequência de raios,
destruindo os chefes inimigos e liberando os guerreiros, que logo passaram a
servi-lo com lealdade e fidelidade.
Assim,
Xangô mostrou que a justiça está acima de tudo e que, sem ela, nenhuma
conquista vale a pena, e o respeito pelo rei é mais importantes que o medo.
Esse é
Xangô que, apesar de ser grande guerreiro, justo e conquistador, detesta a
doença, a morte e aquilo que já morreu. Xangô é avesso a eguns (espíritos
desencarnados). Admite-se que ele é numa espécie de ímã de eguns, daí sua
aversão a eles.
Xangô
costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluaê e Omulu sete meses antes da
morte destes, tal grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.
O
elemento fundamental de Xangô é o fogo.
Fonte: http://mariapadilhadasalmas.no.comunidades.net/historia-de-xango
Algumas Lendas sobre Xangô
Algumas Lendas sobre Xangô
Xangô é condenado por Oxalá a comer como os escravos
Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e lento, Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino, vira a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio. E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oiá! Era o amalá do rei que ela preparava!
Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida.
Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.
Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida.
Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi – 2001
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi – 2001
Nesta Lenda podemos ver uma sabedoria profunda, ela nos faz refletir sobre a Justiça, observe que quando a Justiça se imparte com Soberba e Arrogância, conduzida por vícios e paixões ela é egoísta, desampara os fracos, atinge o povo. A Justiça sabia é aquela que é feita na humildade, ao “condenar” Xangô a comer como os mais fracos, Oxalufâ em sua imensa sabedoria mostrou a Xangô onde deveria centrar-se sua justiça com quem compartilhar seu poder. Se todo Governante/Juiz de uma nação comesse somente o que os mais pobres de seu povo comem, não existiria injustiça.
Uma lenda de séculos que nós estamos vendo acontecer nos dias de hoje.
Um aprendizado enorme pra quem vê nas lendas dos Orixás somente historinhas sem sentido. São parábolas com tanta profundidade quanto as contadas por Cristo, para tocar não as mentes mas os corações das pessoas e ensinar-lhes ética e moral através de exemplos cotidianos.
Arrependido Sango retorna ao
Orun
Xangô era rei de oyó, terra de seu pai; já sua mãe era da cidade de empê,
no território de tapa. Por isso, ele não era considerado filho legítimo da
cidade. A cada comentário maldoso xangô cuspia fogo e soltava faíscas pelo
nariz. Andava pelas ruas da cidade com seu oxé, um machado de duas pontas, que
o tornava cada vez mais forte e astuto onde havia um roubo, o rei era chamado
e, com seu olhar certeiro, encontrava o ladrão onde quer que estivesse.
Para continuar reinando xangô defendia com bravura sua cidade; chegou até a destronar o próprio irmão, dadá, de uma cidade vizinha para ampliar seu reino. Com o prestigio conquistado, xangô ergueu um palácio com cem colunas de bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com suas três esposas: oyá ( yansã ) amiga e guerreira; oxum, coquete e faceira e obá, amorosa e prestativa.
Para prosseguir com suas conquistas, xangô pediu ao babalaô de oyó uma fórmula para aumentar seus poderes; este entregou-lhe uma caixinha de bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade de defesa. Curioso, xangô contou a yansã o ocorrido e ambos, não se contendo, abriram a caixa antes do tempo. Imediatamente começou a relampejar e trovejar; os raios destruíram o palácio e a cidade, matando toda a população. Não suportando tanta tristeza, xangô afundou terra adentro, retornando ao orun.
Para continuar reinando xangô defendia com bravura sua cidade; chegou até a destronar o próprio irmão, dadá, de uma cidade vizinha para ampliar seu reino. Com o prestigio conquistado, xangô ergueu um palácio com cem colunas de bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com suas três esposas: oyá ( yansã ) amiga e guerreira; oxum, coquete e faceira e obá, amorosa e prestativa.
Para prosseguir com suas conquistas, xangô pediu ao babalaô de oyó uma fórmula para aumentar seus poderes; este entregou-lhe uma caixinha de bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade de defesa. Curioso, xangô contou a yansã o ocorrido e ambos, não se contendo, abriram a caixa antes do tempo. Imediatamente começou a relampejar e trovejar; os raios destruíram o palácio e a cidade, matando toda a população. Não suportando tanta tristeza, xangô afundou terra adentro, retornando ao orun.
Xangô
cumpre a promessa feita a Oxum
Quando
Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria com a condição de que
ele levasse o pai dela, Oxalá, nas costas para que ele, já muito velho, pudesse
assistir ao casamento. Xangô, muito esperto, prometeu que depois do casamento
carregaria o pai dela no pescoço pelo resto da vida; e os dois se casaram.
Então, Xangô arranjou uma porção de contas vermelhas e outra de contas brancas,
e fez um colar com as duas misturadas. Colocando-o no pescoço, foi dizer a
Oxum: "- Veja, eu já cumpri minha promessa. As contas vermelhas são minhas
e as brancas, de seu pai; agora eu o carrego no pescoço para sempre."
Lenda
tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001
Xangô torna-se Orixá
Xangô
vivia em seu reino com suas 3 mulheres Iansã, Oxum e Obá , muitos servos,
exércitos, gado e riquezas,sempre preocupado em fazer guerra, procurava uma
formula para derrotar seus inimigos. Certo dia, ele subiu em uma colina, afim
de testar um novo feitiço que inventara. Quando recitou a fórmula, ouviu-se
uma série de estrondos muito fortes e muitos raios riscaram o céu. Quando tudo
se acalmou, Xangô olhou em direção à cidade e viu que seu palácio fora
atingido. Ele correu para lá e viu que não havia sobrado nada, e muitos de seus
súditos aviam morrido. Desesperado, Xangô se refugiou em um lugar distante
Iansã correu junto com ele, passado o tempo Xangô não conseguindo agüentar
tanta tristeza, bateu com força brutal os pés no chão e afundou pela terra,
indo para o Orum, Iansã fez o mesmo na cidade de Irá seguida por Oxum e Obá.
Desde então Xangô vive no trovão enquanto Iansã, Oxum e Obá correi com os rios,
surgiram assim novos Orixás.
Lenda
tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001
Fonte: http://umbandaeucurto.com/umbanda-eu-curto/2015/sobre-os-orixas/caracteristicas-dos-filhos-de-xango/
Fisicamente, um filho de Xangô tem (ou busca ter) o corpo forte e
pode apresentar tendência à obesidade. Mas, em geral, sua boa constituição
óssea suporta o físico avantajado. Os filhos de Xangô têm muita energia,
autoestima e a consciência de serem importantes e respeitáveis. São fortes,
podem beirar o autoritarismo, ousados, cheios de iniciativa, obstinados, agem
com estratégia e geralmente conseguem o que querem. Sua postura é sempre nobre,
com a dignidade de um rei. Tudo o que fazem marca de alguma forma
sua presença. Fazem
questão de viver ao lado de muita gente e não gostam de ser esquecidos. Muito
racionais e meditativos, quando emitem sua opinião é para encerrar o assunto.
Conscientemente, são incapazes de ser injustos com alguém. O poder e o saber são
os seus grandes objetivos.
Quem tem a proteção de Xangô sente que nada nem ninguém abatem um
filho desse Orixá. Podem até conseguir levá-lo ao
fundo do abismo, mas depois de algum tempo ele renasce com mais vigor e volta a
enfrentar o mundo de peito aberto, sem medo.
Os
filhos de Xangô estão sempre cercados de muitas mulheres. Mas a tendência é que
aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre homens. Quando se apaixonam, fazem
de tudo para conquistar a pessoa amada. Têm um forte senso de justiça, sabem ouvir,
ponderar e apaziguar. Não
toleram mentiras, desonestidade e corrupção. São passivos, racionais,
meditativos, observadores, atentos e pouco falantes.
Apreciam
a leitura, a música, os discursos, a boa companhia e a companhia de mulheres
vivas e ligeiras, o aconchego do lar e a boa mesa. Gostam de se vestir bem, mas
com sobriedade. Não apreciam reuniões emotivas, companhias
desequilibradas e pessoas apáticas, egoístas e soberbas.
Sobre
o lado negativo, podemos citar o fato de tornarem-se muitas vezes calados e
fechados, não abrem mão das suas opiniões, e são, por vezes, ranzinzas,
vingativos e intratáveis.
As qualidades de Xangô
- Afonjá – Afonjá,
o Balé (governante) da cidade de Ilorin. Afonjá era também
Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército do império. Segundo a
história de Oió, no início do século dezenove, Oió era governada pelo rei
Aolé, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam
todo o tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá
e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar
contra Oió e se unir com os inimigos, esse general se chamava Afonjá que
era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se independente de Oió. Com
isso o Rei de Oió Aolé se envenenou para não ver o desmembramento do
Império. Afonjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o
poder Afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um
homem traíu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.
- Obá
Kosso – Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos
arredores de Oió, tornando-se seu Rei. Título dado também a Aganju, irmão
gêmeo de Xangô quando de sua chegada em Oió foi aclamado como o Rei Não se
Enforcou, Obá Kô Sô.
- Obá
Lubê – Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e
riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.
- Obá
Irù ou Barù – Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império,
quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus
primordial Jakutá sobre a terra,senhor dos raios, tempestades, do Sol e do
fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino
numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida , adentrando na
terra.
- Obá
Ajakà – Também intitulado Bayaniym,” O pai me escolheu “, que faz
referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito
que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
- Obá
Aganjù – Aganju representa tudo que é explosivo, que não tem
controle, ele é a personificação dos Vulcões.
- Obá
Orungã – Filho de Aganju Solá e Iemanjá, Orungã é dono da
atmosfera é o ar que respiramos, dono da camada que protege a Terra. Ver
mais abaixo.
- Obá
Ogodô – Muito falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô,
pois, Ogodô é o verbo bocejar. Então, quando está trovejando, o que se diz
é que Xangô está bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.
- Jakutà
ou Djakutà – Jakutá, é a representação da justiça e da ira
de Olorun, míticamente Xangô foi iniciado para este Orixá sendo
considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em
sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e
Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito entre as
divindades. É o próprio Xangô.
- Obá
Arainã – Oroinã e Oraniã – Personificação do fogo, o magma do
centro da terra é o pai de Xangô e de Aganju em sua forma humana.
- Olookê –
Orixá dono das montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi
casado com Yemanjá.
Fonte: http://www.raizesespirituais.com.br/orixas/xango/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar!